domingo, 22 de janeiro de 2017

AS IMAGENS CATÓLICAS PODEM SER CONSIDERADAS COMO ÍDOLOS ?




Geralmente ouvimos os papistas afirmarem que suas imagens não são ídolos e que seu culto não pode ser considerado como sendo idólatra e afirmam que :"«a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original>> e que a honra prestada às santas imagens é uma «veneração respeitosa», e não uma adoração, que só a Deus se deve".(CIC 2132) e ainda que «O culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como realidades, mas olha-as sob o seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não se detém nela, mas orienta-se para a realidade de que ela é imagem» (ibid)

Esta ultima afirmativa é muito sutil pois é impossível não se dirigir às imagens em si mesmas como realidades para que estas em  seu aspecto próprio de imagens  nos conduzam a quem representam. Calvino nos descreve  bem essa sutileza em suas institutas dizendo:

Enquanto isso, já que este degradante embrutecimento se apossou de todo o orbe, de tal modo que os homens buscassem representações visíveis de Deus, e por isso forjassem deuses da madeira, da pedra, do ouro, da prata, ou de outro qualquer material inanimado e corruptível, a este princípio temos de apegar-nos: sempre que é lhe atribuída qualquer representação, a glória de Deus é corrompida por ímpio engano. E assim na lei, após haver arrogado unicamente para si a glória da Deidade, quando visa a ensinar que gênero de adoração aprova, ou repudia, Deus acrescenta de imediato: ‘Não farás para ti imagem esculpida, nem qualquer semelhança” [Ex 20.4], palavras com as quais nos coíbe o desenfreamento, para que não tentemos representa-lo por meio de qualquer figura visível. E enumera, de maneira sucinta, todas as formas mediante as quais, já desde outrora, a superstição começara a converter sua verdade em mentira.
Ora, sabemos que o sol fora adorado pelos persas. Também, tantas quantas estrelas as pessoas estultas divisavam no céu, outros tantos deuses para si inventavam. Quase não houve animal algum que para os egípcios não se convertesse em representação de alguma divindade. Os gregos, verdade seja dita, pareceram exceder em sabedoria aos demais, pois adoraram a Deus sob forma humana. Entretanto, Deus não compara essas imagens entre si, como se uma fosse mais apropriada, outra o fosse menos; ao contrário, repudia, sem exceção, todas as efígies esculturadas, pinturas e outras representações, mediante as quais os supersticiosos supuseram que ele lhes haveria de estar perto(...)Dentre os profetas, será suficiente um só, Isaías, que é muito incisivo nesta demonstração, visto que ensina que a majestade de Deus é maculada de vil e absurda ficção, quando o incorpóreo é nivelado à matéria corpórea, o invisível à representação visível, o espírito à coisa inanimada, o imenso a um pequeno pedaço de madeira, pedra ou ouro [Is 40.18; 41.7, 29; 45.9; 46.5]. Paulo também arrazoa de modo idêntico: “Visto que somos geração de Deus, não devemos pensar que o divino seja semelhante ao ouro, à prata ou à pedra trabalhada pela arte ou invenção do homem” [At 17.29]. Do quê transparece que, qualquer estátua que se erige, ou imagem que se pinta para representar a Deus, simplesmente lhe desagrada como coisas afrontosas a sua majestade.(Institutas I 106 e 107)

Quanto ao fato de que uma imagem remonta ao modelo original é outro equivoco gravíssimo afinal
a diversidade de formas dado a uma só pessoa representada na abrangente quantidade de diferentes expressões  obscurecem qual seria a forma autêntica da pessoa representada . Isso nos dá provas que: 1- Ao longo do tempo houve alteração da figura quanto a sua forma original(claro, se essa de fato for autêntica ) conforme a variação dos artistas que PRODUZIRAM essas figuras , e isso nos leva a uma outra evidência ainda mais clara ,onde podemos constatar ,que o artista que reproduziu não preservou  a imagem como a pessoa era de fato em seu aspecto físico , tendo em vista que não produziu- a com exatidão e com isso não preservou a originalidade da feição  por ele alterada . Com isso podemos concluir que : se a imagem fosse de fato um instrumento eficaz em sua representação  certamente transpassaria claramente a feição de quem representa em sua figura e aquele que a reproduz, certamente manteria intacta seus traços  originais  .
2- Ainda podemos evidenciar o seguinte: na variedade de formas dada a uma só figura ou pessoa , o fato dessa variedade ser um produto do próprio raciocínio humano (imaginação) ,dando a forma a qual imaginou , em seu intelecto a uma figura ,torna-a inútil para fins representativos   ,pois se é produto do raciocínio logo não existiu , então que eficácia teria ,algo imaginado, na transmissão da verdade ,sendo que é produto da imaginação do homem ?
3- E último . Na diversidade das formas podemos identificar claramente que o artesão produz a forma a imagem de um indivíduo segundo a sua cultura, e isso podemos identificar pelo fato da pigmentação da imagem em relação a cor da pele da pessoa representada, suas vestes, a cor dos olhos etc. Nisso fica mais que evidente que as imagens não são representações da feição autentica pois na variedade de formas a  diversidade cultural, que foi produto de uma inspiração influenciado pela cultura do artista, não pela verdadeira representação da pessoa em si que na imagem é representada.

Os papistas geralmente dizem que imagem remonta ao modelo original pelo fato de transparecer as virtudes de quem representa mas isso também não é possível já que basta pegar o exemplo do ícone mor do catolicismo ,e pela descrição bíblica associar a atitude dos devotos de Maria ,frisando a diversidade de imagens de diferentes formas com que a representam ,no entanto nada aprendem ainda que a representação seja diversificada em sua quantidade de imagens. A descrição Bíblica mostra Maria uma mulher pronta a receber a palavra a ela dirigida pelo anjo, mostra-nos ainda , uma mulher disposta a  se conformar com a palavra de Deus,  e não só se ajusta a sua palavra, como também permite que essa palavra tome estatura em seu ventre sem considerar os riscos que isso lhe causaria ,tendo em vista que era virgem e desposada. No entanto os que se autodenominam devotos da virgem, não demonstram tal disposição e não estão prontos a receberem o evangelho que fora pregado por Cristo e confirmado pelos apóstolos . Se seus ícones fossem tão eloquentes em sua transmissão ,e sua didática eficiente como dizem ,certamente aprenderiam com mais clareza e contrição a necessidade do evangelho são ,e puro. Também seriam menos selvagens em suas campanhas antigas e atuais , pois ao invés de matar ,maldizer e caluniar aceitariam os riscos que essa devoção lhes apresentaria e teriam respostas piedosas a dar a quem os questiona acerca daquilo que aprenderam com suas imagens . Mas mostram se violentos, impiedosos e torpes quando a ciência acerca das imagens é questionada . Essa é para nós a maior prova da ineficiência do ícone como instrumento de ensino ,pois apesar do panteão católico ser diversificado e abrangente em nada contribui para o cristianismo, nem na moral, nem na ação .

Ainda arrazoam que a palavra ídolo e a palavra imagem são distintas no original e acreditam que fazendo tal distinção dos significado da palavra mudarão seu culto ,pela mera distinção do termo . Isso é ignorância ,tanto no pensar que o culto apenas se distingue pela substituição de termos ,assim como demonstram ignorância da etimologia original dos termos afinal :A palavra “imagem” sugere uma representação visual ou mental. Pode referir-se ao objeto que é visto ou à representação mental dele que o observador forma na sua mente. Já que o conceito é complexo, não é surpreendente que várias palavras se empreguem em Gr., e que estas tendam a se fundir entre si e a coincidir em parte. Os termos que se empregam são: charaktér, “imagem”, “marca” ou “impressão”, formada por imprimir uma estampa; idea, “aparência”, na filosofia de Platão as formas arquetípicas que subjazem as entidades no nosso mundo material, na lógica a “classe” ou o “tipo” (o termo é importante na filosofia gr., embora nãò se ache no NT); eikõn, “réplica”, “semelhança”, “imagem”; eidólon, “imagem”, “esboço”, Outros conceitos relacionados são tidos “impressão visível”, “cópia”, “imagem”, “forma”, “figura”, “tipo” (-►Tipo, Padrão); e homoiõma, “semejhança”, “imagem”, “aparência” (-►Semelhante) apaugasma, “efulgência”, “radiância”, “reflexão”; hypodeigma, “prova”, “exemplo”, “modelo”; e paradeigmatizô, “expor à vergonha pública”, “fazer um exemplo de”, enquanto o termo ídolo não se diferencia da palavra imagem pois eidólon se emprega em Homero para os fantasmas e espectros no Hades (77. 5, 451; Od. 4, 796). Além disto, pode significai qualquer “forma” insubstancial, uma “imagem” refletida num espelho ou na água, uma “imagem” ou “idéia” na mente.
Quando referente a que a representação de uma divindade , já que o próprio termo representar sugere a expressão daquilo que representa podendo ser uma representação mental ou uma representação visual  daquilo que se originou a partir do raciocino e se concretizou na imagem confeccionada que foi o fruto de uma representação mental . Aqui volto a frisar o seguinte: na variedade de formas dada a uma só figura ou pessoa , o fato dessa variedade ser um produto do próprio raciocínio humano (imaginação) ,dando a forma a qual imaginou , em seu intelecto a uma figura ,torna-a inútil para fins representativos   ,pois se é produto do raciocínio logo não existiu , então que eficácia teria ,algo imaginado, na transmissão da verdade ,sendo que é produto da imaginação do homem ?
Nos textos de Cunrã, “ídolo” se emprega metaforicamente para os pecados que, como “ídolos do coração” (cf. Ez 14:4), estorvam os homens no seu serviço a Deus (Heb. güülím em 1QS2:11, 17; 4:5; 1QM4:15, 19; 1Q22:7; 4Qflor 1:17; CD 20:9; cf. A. R. C. Leaney, The Rule of Qumran and its Meaning, 1966,134-5).
O NT continua o uso da LXX. Sinal disto é que hierothyton, “carne oferecida em sacrifício”, ocorre somente em 1 Co 10:28 (nos lábios de alguém que talvez seja pagão), enquanto, nos demais casos, temos eidôlothyton (At 15:29; 21:25; 1 Co 8:1, 4, 7, 10; 10:19; Ap 2:14, 20). Há também, no entanto novas formações de palavras que não se acham na LXX. Em At 17:16, diz-se que Atenas era kateidõlos. Na analogia de katadendros, “rico em árvores”, é melhor traduzir: “cheia de ídolos”. Vinculados com latreia, “serviço” ou “adoração” de Deus (cf. 9:4; -*■ Servir), achamos os compostos eidólolatrès, “idólatra” (4 vezes) e eidólolatria, “idolatria” (7 vezes). A partir do NT, estas palavras passaram para a literatura cristã primitiva.

1. O NT continua, não meramente o vocabulário do AT como também sua condenação da adoração a deuses falsos. O fato de que este grupo de palavras não se acha nos Evangelhos indica que, na Palestina, a controvérsia cessara de ter importância. Tão logo a pregação apostólica entrou no mundo não-judaico, helenístico, imediatamente ficou sendo questão viva. Voltar-se ao “Deus vivo e verdadeiro” (1 Ts 1:9) era impossível sem um desviar-se dos ídolos e da adoração pagãos. A sua retenção era um sinal de falta de arrependimento (Ap 9:20). O argumento de Paulo em Rm 1:18-32 se preocupa especialmente com esta controvérsia. Mostrava-se judeu ao ressaltar que os ídolos são nada, mas mesmo assim reconhecia os poderes demoníacos por detrás deles, aos quais o homem se sujeita quando participa da adoração pagã. É por isso que a eidólolatria é um dos pecados graves contra os quais é sempre necessário advertir os cristãos (1 Co 5:10-11; 10:7,14). Menciona-se frequentemente nas listas de pecados, e consta lado a lado com pharmakeia, “feitiçaria” (-► Magia), e pleonexia, “cobiça” -►avareza (cf. G1 5:19 e segs.; Ef 5:5; Cl 3:5; Ap 9:20-21; 21:8; 22:15). Segundo Jesus, Mamom (palavra síria que significa “riquezas”  Posses) também é um deus falso (Mt 6:24). 2. Em decorrência desta atitude básica para com os ídolos, segue-se que os cristãos eram proibidos de comer a carne de animais que tinham sido oferecidos no -►sacrifício pagão. Os textos do NT são consistentes nesta matéria. Conforme Atos, os apóstolos tomaram a decisão unânime no sentido de os cristãos gentios terem a obrigação de se abster da carne sacrificial, que neste contexto recebe o nome de alisgémata, “poluições” (At 15:20, 29; 21:25). Esta proibição que foi adotada no concílio apostólico foi justificada por uma referência à praxe judaica, conforme também achamos em Paulo (1 Co 10:32). Pressupõe que, nesta matéria, os judeus e os cristãos estavam basicamente de acordo. Em 1 Co caps. 8 e 10, os problemas práticos que decorriam desta atitude básica examinam-se detalhadamente. No cap. 8, Paulo discute com aqueles em Corinto que sustentavam que comer semelhante carne não causava dano algum, porque reconheciam que os falsos deuses não tinham existência (1 Co 8:1-6). Alguns estudiosos identificam este grupo com os gnósticos (cf. W. Schmithals, Gnosticism in Corinth, 1971). £ de se supor que os ensinadores das falsas doutrinas que se combatem no Apocalipse argumentavam da mesma forma (Ap 2:14, 20). Paulo concordava que os ídolos não tinham existência real (1 Co 8:4), mas esperava que aqueles que assim entendessem mostrassem, por amor, consideração àqueles que não pensavam assim; não devem faze- los comer semelhante carne (1 Co 8:9-13). Paulo cita no cap. 10 as razões subjacentes da sua atitude. Baseando seu argumento em Dt 32:17, explica que há demónios por detrás dos ídolos. A comunhão com Cristo, que os cristãos desfrutam na Ceia do Senhor, exclui a comunhão com estes poderes. Os cristãos não devem desafiar o Senhor; senão, trarão sobre si mesmos o Seu juízo (1 Co 10:7-10, 14-22). Os cpstffos nío tinham obrigação alguma no sentido de perguntarem, medrosos, se a carne comprada no mercado (geralmente perto do templo) ou servida numa refeição era proveniente de um sacrifício. Se, porém, alguém indicasse que se tratava de carne sacrificial, então, por consideração pela consciência daquele que assim indicara, os cristãos não deveriam comê-la, ainda que sua própria -consciência (talvez baseada em SI 24:1) o permitisse (1 Co 10:25-30). As raízes vétero-testamentárias da fé neotestamentária se tomam visíveis de modo especialmente claro nesta condenação consistente da adoração pagã .(W. Mundle)



POR JOÃO VITOR

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